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Chapa 4
A sobrecarga gerada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) expôs uma baixa capacidade institucional de gestão, resultando na precarização das condições de trabalho e estudo da comunidade acadêmica. Os quadros técnicos, discentes e docentes estão tensionados ao não contarem com as necessárias condições de aperfeiçoamento e satisfação nos seus desafios. Nesse contexto, os processos decisórios da UFRRJ, ao invés de atualizarem um projeto estratégico institucional por meio de mecanismos participativos qualificados, fomentaram no seu interior rotinas que deslocam a prática acadêmica a um segundo plano, tornando ineficiente o nosso ambiente institucional. Da mesma forma, embora o novo estatuto da Rural reconheça a realidade multicampi, precisamos desenvolver sistemas de descentralização, comunicação e modernização administrativos necessários para integrar os servidores docentes, técnico-administrativos e os discentes de todos os câmpus em condições isonômicas com os de Seropédica.
A expansão dos cursos de graduação, associada à implantação das políticas de democratização do acesso ao ensino superior público, tais como o Sistema de Seleção Unificado (SISU) e a Lei de Cotas, promoveu uma mudança profunda no perfil socioeconômico dos estudantes matriculados na UFRRJ, com a presença majoritária do gênero feminino, de egressos da escola pública e de discentes que apresentam vulnerabilidades sociais e econômicas. Essas políticas tornaram a nossa instituição mais inclusiva, porém, ao mesmo tempo, trouxeram enormes desafios para a permanência dos seus discentes. Hoje, programas e ações da assistência estudantil oferecidos em nossa instituição no âmbito do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) estão sob ameaça, em face às medidas de cortes orçamentários previstos na política de ajuste fiscal propostas pelo governo federal. A vida acadêmica, pautada pelo respeito à diversidade e pelo seu caráter inclusivo, deve valorizar políticas de ação afirmativa e combate a toda e qualquer forma de violência, discriminação, misoginia e homofobia.
Em síntese, em uma conjuntura marcada por questionamentos e ataques à Universidade Pública, faz-se imprescindível orientar a gestão institucional por ações pactuadas internamente de forma transparente e democrática, que defendam direitos conquistados. Isso fortalecerá a unidade da comunidade acadêmica e estreitará os laços com forças políticas e sociais externas em defesa do caráter público, gratuito e da excelência acadêmica da nossa instituição.
A Chapa Conectar propoem um olhar inovador no pensar e no fazer acadêmico, de uma maneira plural, que tem como objetivo interligar as diversidades em uma extensa rede com efeito sinérgico, gerando uma universidade fortemente alicerçada em um ensino inovador com ênfase na integração das atividades de pesquisa e extensão.
Projetar o futuro com consciência, dinamismo e serenidade de modo a oferecer bases sólidas e horizontais para construção de uma Universidade forte.
Diretrizes Gerais para a futura gestão
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Defesa da autonomia universitária como princípio histórico incontornável e irrenunciável, devendo ser exercida de forma plena, particularmente frente à conjuntura nacional adversa;
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Gestão democrática e participativa, em defesa do caráter público, gratuito e de qualidade, comprometida com melhores condições de trabalho e estudo;
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Fortalecimento da unidade da comunidade acadêmica e estreitamento dos laços com forças políticas e sociais externas em defesa da excelência acadêmica da nossa instituição;
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Integração harmônica dos padrões de qualidade globais, vocação nacional e identidade regional, produzindo a síntese entre sua história e capacidade de renovação;
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Elaboração e institucionalização de uma política de segurança que contemple as distintas realidades dos Câmpus da UFRRJ, a partir do debate com a comunidade universitária;
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Conclusão da implantação do Sistema Integrado de Gestão (SIG) e a sua utilização como o principal instrumento de gestão;
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Fortalecimento de sistemas de gestão e comunicação descentralizados e modernizados, a fim de facilitar a integração dos servidores técnico-administrativos, discentes e dos docentes, considerando a realidade multicampi;
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Consolidação dos novos cursos de graduação e pós-graduação e da produção científica nas áreas de conhecimento correspondentes, incorporando sua contribuição à vida acadêmica e à atuação da universidade frente à sociedade;
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Comprometimento com as propostas oriundas do Fórum de Coordenadores de Pós-graduação da UFRRJ;
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Aperfeiçoamento dos mecanismos de gestão institucional da política de pós-graduação, aumentando a agilidade, transparência e eficiência no processo de tomada de decisão;
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Apoio a projetos que contribuam para a elevação da qualidade de vida e superação das desigualdades sociais e desequilíbrios ambientais;
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Incentivo de práticas acadêmicas e culturais focadas no potencial da juventude, em estreita relação com as instituições representativas da comunidade científica e acadêmica nacional e internacional, movimentos sociais e poder público;
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Consolidação da assistência estudantil no âmbito do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), lutando contra qualquer retrocesso que coloque em risco a permanência de estudantes na UFRRJ;
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Continuidade e ampliação das ações afirmativas como instrumento de promoção da dignidade e inclusão social;
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Combate a todas as formas de violência e discriminação, tais como o racismo, o machismo, a misoginia e à homofobia. Por uma vida acadêmica de caráter inclusivo e de respeito à diversidade;
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Estabelecimento de rotinas de gestão baseadas em indicadores e metas, pactuadas de forma transparente e democrática, em consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional;
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Incentivo à prática do esporte, com melhorias da infraestrutura da Praça dos Desportos e parcerias com o poder público municipal nos câmpus de Seropédica, Nova Iguaçu e Três Rios;
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Gestão e tomada de decisões referenciadas no Plano Diretor;
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Elaboração do Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS) como ferramenta de planejamento para práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos na UFRRJ;
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Manutenção predial, revendo a organização da Prefeitura Universitária do campus de Seropédica e apoiando as Diretorias dos câmpus de Nova Iguaçu, Três Rios e Campos dos Goytacazes;
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Elaboração de planos de ação participativos que contemplem as especificidades do CAIC, CTUR, Hospital Veterinário, Coordenadorias de Produção Animal e Vegetal, dentre outros setores;
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Reafirmar e ampliar o diálogo com as demais unidades administrativas da universidade e com a comunidade de Seropédica, por meio do CAIC;
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Dar continuidade à luta pela alocação de professores da rede federal no CAIC, equalizando esta instituição com as demais escolas de aplicação vinculadas às universidades;
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Ampliação e aprimoramento de veículos de comunicação interna e externa da Instituição;
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Favorecimento de mobilidade intercampi;
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Busca de recursos extra orçamentários para a reconstrução da ponte suspensa da ciclovia sobre a linha ferroviária no campus de Seropédica;
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Apoio estratégico a iniciativas de empreendedorismo, inovação tecnológica e implantação do polo tecnológico;
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Estabelecimento de parcerias com o município de Seropédica para a garantir o acesso de crianças a creches e escolas de educação infantil da rede pública para os filhos de estudantes da UFRRJ; e
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Promoção de um amplo debate com a comunidade universitária para o fortalecimento de ações que promovam o controle populacional de cães e gatos errantes e, ao mesmo tempo, coíba a prática do crime de abandono de animais nos Câmpus da UFRRJ.